Dados de 2016 da Associação de Psicologia da Saúde Ocupacional, indicam que 17,3% dos trabalhadores portugueses têm Síndrome de Burnout! Verificou-se ainda que mais de 87% destes trabalhadores, não se sentem recompensados na sua atividade profissional, e cerca de 86% relatam situações de stress excessivo no trabalho.
Há pessoas que trabalham demasiado em ambientes que não são os melhores. Demasiadas horas, demasiadas tarefas para concluir e imensas responsabilidades! Além disto, muitas vezes o ambiente de trabalho mais parece um campo de batalha, onde cada um pende para o seu lado e o incentivo que nos dão é escasso.
Ok, acabámos de descrever um dos piores cenários, nem todas as pessoas trabalham assim, mas decerto que se identifica com algo parecido, certo? A verdade é que os nossos trabalhos são cada vez mais stressantes e competitivos, são nos pedidas mil e uma tarefas em tempo recorde, é tudo para ontem. E muitas vezes temos de realizar horas extra ou levar trabalho para casa se quisermos acompanhar o ritmo.
Depois disto, ainda temos de parecer sempre felizes e motivados como se a recompensa por todo o trabalho existisse. Quem é que aguenta?
É aqui que reside o problema, quando tenta ir além dos seus limites.
Vamos então a alguns sinais de alerta de Burnout que deve ter em atenção:
Problemas físicos: falta de ar, tonturas, tensão arterial elevada, enxaquecas, fadiga profunda e crónica, dores e tensão muscular, problemas em dormir e perda de apetite.
Problemas emocionais: tristeza, apatia, frustração, tédio, perda do orgulho e do sentimento de pertença, sensação de injustiça e falta de recompensa, irritabilidade, ansiedade, depressão e baixa auto estima.
Problemas cognitivos: problemas de concentração e atenção, problemas de memória, maior demora na realização de tarefas, menor criatividade, hipervigilância e necessidade de controlo.
Problemas comportamentais: atitude crítica, impulsividade, reatividade, agressividade, abuso ou aumento do consumo de substâncias (tabaco, álcool, drogas) e auto medicação.
Problemas sociais: isolamento, relações distanciadas ou com menor empatia, maior sarcasmo ou cinismo nas relações, problemas de relacionamento familiar ou menor convívio com amigos.
Problemas laborais: atrasos, absentismo, baixas médicas, turnover, maior número de erros e menos cuidado da realização de tarefas, baixa realização profissional, vontade de desistir do trabalho e menor produtividade.
Identifica-se com algum?
A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho afirma que o Burnout não só tem um impacto significativo na saúde das pessoas, organizações e economias nacionais, como também deve ser abordado como um problema organizacional e não como um problema apenas do individuo, podendo ser controlado como qualquer outro risco de saúde e segurança no local de trabalho.
Mas o que é afinal o “Burnout”?
O Burnout é conhecido como a síndrome do esgotamento profissional ou como ‘stress crónico do local de trabalho que não foi gerido com sucesso’.
Por outras palavras, é a nossa mente e nosso corpo a pedir para parar, visto já não aguentarem o ritmo e stress frenético do nosso trabalho e vida.
Sabemos que é necessário trabalhar e que vão existir sempre situações que nos vão deixar stressados, no entanto, é importante estarmos alerta para os sinais, ouvir o nosso corpo, mente, e não deixarmos chegar a um ponto de exaustão que afete o nosso desempenho no trabalho e na vida em geral.
Atenção que aqui enquanto colaboradores, temos um papel fundamental, mas a empresa também pode e deve ter a preocupação de prevenir estes riscos de saúde mental.
A promoção de uma cultura de saúde e bem estar pode prevenir situações de burnout, de perda de qualidade de vida e produtividade.