A sensação de exaustão é um dos sintomas relacionados à síndrome de burnout, considerada uma das doenças mais incapacitantes do século. Segundo um inquérito conduzido pela DECO, três em cada 10 portugueses estão em risco de burnout.
Quem sofre com esta condição perde o interesse pelo trabalho, podendo chegar a profundas depressões. Muitas vezes a síndome de burnout acomete gestores e colaboradores de empresas que realizam as suas atividades com eficácia, à custa de se sentirem “queimados” por dentro.
O ritmo de vida e as múltiplas tarefas que homens e mulheres assumem no seu dia a dia, faz com que o stress excessivo seja uma palavra comum no nosso vocabulário, sendo considerado pela Organização Internacional do Trabalho uma “doença perigosa para as economias industrializadas e emergentes e que prejudica a produtividade afetando a saúde física e mental dos trabalhadores”.
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E quais são as consequências da síndrome de burnout para o indivíduo?
As consequências da síndrome de burnout podem manifestar-se a nível físico, psicológico e até social.
Do ponto de vista físico, pode provocar queda de cabelo, contraturas musculares, problemas dermatológicos, cardiovasculares, digestivos, intestinais, sexuais e respiratórios e até contribuir para doenças como constipações e infeções.
Já do ponto de vista psicológico, pode causar problemas emocionais e psicopatológicos, afetando a autoestima, a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida da pessoa. Pode causar transtornos de humor (como depressão) e transtornos de ansiedade. Outra possível consequência da síndrome é o aumento das dependências, tanto a substâncias, como álcool, tabaco ou outras drogas, quanto a comportamentos, como jogo patológico ou compras compulsivas.
Pode também ter consequências sociais, como atitudes negativas em relação a outras pessoas, isolamento social e aumento de problemas com a família.
Que fatores influenciam o desenvolvimento da síndrome de burnout no trabalho?
Num estudo que compara resultados europeus, entre três parâmetros: o índice felicidade (até 10), a média salarial e número de horas de trabalho semanais, os resultados são entristecedores para Portugal. O site inglês Small Business Prices, mostra os 15, dos 26 países da UE, com maior incidência de burnout, onde Portugal se destaca em primeiro lugar, seguido pela Grécia e Letónia.
Existem alguns factores que contribuem para estes problemas como a atividade de trabalho, a pressão da atividade, o ambiente de trabalho, os vínculos com chefias e/ou colegas. O tipo de relação de trabalho com gestores ou colegas de trabalho também pode ser um ponto crítico: relações autoritárias ou assédio moral podem representar um stress ou ansiedade adicional que põe em causa o equilíbrio emocional dos colaboradores.
No que se refere especificamente ao ambiente de trabalho, é necessário diferenciar o stress no trabalho da síndrome de burnout. O stress é uma resposta de adaptação a um estímulo, fiisiológico e comportamental normal a algo que aconteceu ou está para acontecer que nos faz sentir ameaçados ou que, de alguma forma, perturba o nosso equilíbrio. Quando nos sentimos em perigo real ou imaginado, as defesas do organismo reagem rapidamente, num processo automático conhecido como reação de “luta ou fuga” ou de “congelamento”. Inicialmente, o stress pode ser positivo, contudo para além de um certo nível, este deixa de ser proveitoso e começa a prejudicar gravemente a saúde,
O burnout, por seu lado é uma situação limite onde existe stress de tal forma excessivo que podem daí advir graves consequências para a saúde.
A Organização Mundial da Saúde afirma que o stress no trabalho aumenta quando o funcionário sente que não recebe apoio suficiente dos seus supervisores e colegas, e define que um ambiente de trabalho saudável não é apenas onde não há circunstâncias prejudiciais, mas onde abundam os fatores que promovem a saúde.
Perante esta situação, os gestores de recursos humanos têm uma grande responsabilidade na prevenção do stress excessivo dos seus trabalhadores, que em termos de produtividade e rotatividade é muito dispendioso e afeta a estabilidade financeira da empresa.
Portanto, é extremamente importante que as empresas evitem a síndrome de burnout, através de algumas estratégias como a realização de diagnósticos, promoção de uma política e cultura de bem-estar, melhoria dos serviços de saúde ocupacional.
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