Em inúmeras ocasiões, os profissionais da prevenção de riscos ocupacionais e recursos humanos deparam-se com um grande desafio: como mostrar aos gestores da empresa a importância da realização da avaliação psicossocial periódica?
Parte da relutância que muitos gestores parecem ter em realizar estudos psicossociais prende-se com o facto dos benefícios da realização destas práticas não serem tangíveis, embora seja amplamente comprovado que podem existir melhorias reais em inúmeras áreas da empresa.
Psicologo empresa
Como todas as avaliações de risco, é um processo complexo que envolve um conjunto de ações ou etapas sucessivas inter-relacionadas.
A avaliação dos riscos ocupacionais deve considerar todos os fatores de risco, inclusive os de natureza psicossocial. Portanto, a ação sobre os fatores de risco psicossociais deve ser integrada ao processo geral de gestão da prevenção de riscos da empresa.
Qual é o procedimento da avaliação psicossocial?
O psicologo empresa tem como objetivo identificar os fatores de risco e estabelecer medidas de melhoria para prevenir danos. Porém, na prática, atuar no campo psicossocial pode ser mais complexo do que se imagina por diversos motivos.
Em primeiro lugar, podemos citar a dificuldade de estabelecer uma relação causal direta entre fator de risco e dano. O ponto essencial é que a perda de saúde por uma situação psicossocial inadequada não se deve a uma relação direta de causa e efeito, mas tem uma origem multifatorial. Além do cumprimento dos requisitos legais, a avaliação dos fatores psicossociais revelará possíveis falhas da organização, potenciais causas de anomalias e distorções no funcionamento da organização, o que pode ser desconfortável, mas essencial para um ótimo funcionamento.
Por outro lado, os fatores psicossociais afetam a saúde individual e da organização. O seu estudo deve partir de uma abordagem biopsicossocial que integre os diferentes níveis de saúde: físico, mental e social.
Outro elemento a ser considerado é a dificuldade de objetivar a perceção de uma situação como stressante e determinar a magnitude do risco. Para estabelecer uma categorização do risco psicossocial, seria necessário definir os fatores de risco de forma ativa, identificar os níveis de dano (individual, coletivo, para a organização) e estabelecer relações entre elas.
Por todas estas razões, ao propor-se uma avaliação do risco psicossocial, devem ser tidos em consideração os vários elementos que entram em jogo: condições de trabalho que podem causar danos, fatores moderadores e consequências, quer para os colaboradores, quer para a organização.
Para que serve uma avaliação psicossocial?
A avaliação psicossocial é uma oportunidade para melhorar a saúde dos colaboradores e detetar situações relacionais e organizacionais que estão a prejudicar a organização na forma de rotatividade, absentismo, diminuição da produtividade, maior índice de acidentes, entre outros.
Por que é importante medir os fatores psicossociais?
Medir os fatores psicossociais permite ter uma visão concreta sobre as diversas condições que envolvem o trabalho, que podem constituir tanto fatores de proteção como de risco para a saúde dos colaboradores, equipas de trabalho e organizações.
Da mesma forma, a medição permite gerar diretrizes e abordagens para estes fatores, como organização, através da adoção de medidas de melhoria que permitem fortalecer aspetos que podem promover o bem-estar e a saúde, bem como desenvolver ações de redução e controlo deste tipo de risco.
Alguns dos benefícios que estas avaliações psicossociais trazem às empresas são a redução do crescente número de baixas produzidas por problemas psicológicos como a depressão e a ansiedade, a verdadeira epidemia nos países desenvolvidos bem como a redução da rotatividade de pessoal e a perda de talentos.
Desta forma, as empresas tornam-se mais valiosas, visto que através de um bom diagnóstico conseguem cuidar das pessoas que são o seu grande ativo e consequentemente promover a satisfação e produtividade.